Só o Turismo salva Ilhéus, por Marco Lessa

Marco Lessa
Divulgação

Nos últimos anos, com o aumento da renda média da população e a estabilidade da moeda, os investimentos no turismo aumentaram muito em todo o Brasil.

Foram construções de resorts, hotéis, pousadas, restaurantes, bares e parques; ampliação da malha aérea com o crescimento de empresas do setor, a exemplo da Azul e Avianca, o aumento do turismo de cruzeiros, rodoviário com o meio automóvel como principal, até pelo aumento da frota.

Contudo, essa indústria que mais cresce no mundo, quase não polui, é integrada a quase 100% da cadeia econômica, emprega muito, gera renda a curto, médio e longo prazos, depende de alguns requisitos para ser implantada em algum destino, seja para turismo de lazer, eventos, negócios, religioso, científico, ecológico, histórico, sol e praia, contemplação, gastronômico, experiência, cultural, etc., etc., etc., e isso é o pré-requisito básico para uma cidade, uma região, um distrito, um estado se candidatar a ‘destino turístico’, o que não é a mesma coisa de ‘lugar com potencial turístico’.

Pois bem. Releiam o parágrafo anterior e vamos ver o que Ilhéus, apenas Ilhéus, sem falar da rica região, com Canavieiras, Itacaré, Una, Uruçuca, Barra Grande, etc., tem para oferecer: lazer (praias e centro histórico, etc.), eventos (centro de convenções, hotéis, Batuba, Concha, centro histórico, Festival do Chocolate, Aleluia, Reveillon, etc.), negócios (centro de convenções, hotéis, comércio, etc.), religioso (Catedral, Piedade, São Jorge, Olivença, Rio de Engenho, Outeiro, Aleluia, etc.), científico (Ceplac, UESC, fazendas, Industrias, Polo, eventos, etc.), ecológico (Mata Atlântica, Mata da Boa Esperança, Cabruca, Praias, Rios, etc.), histórico (Quarteirão Jorge Amado, Igrejas, Casa de Jorge Amado, fazendas, etc.), sol e praia (quase 100 km, o maior litoral da Bahia, etc.), contemplação (fazendas, praias, morros, altos, Outeiro, Conquista, baía do Pontal, aves, plantas, etc.), gastronômico (chocolate, cacau, peixes, camarão, Aleluia, Festival, etc.), experiência (fazendas, fábricas, Ceplac, etc.).

Diante de tudo isso, que ainda não é tudo, e que não está organizado, só me resta uma conclusão: só o turismo salva Ilhéus.

O Porto Sul é muito importante, mas não salva. O Polo de Informática precisa é se salvar.

O comércio precisa de todas as outras engrenagens. Novas industrias não virão num toque de mágica e resolverão os problemas de emprego, renda, esperança, auto estima e a cultura de aceitar os visitantes como clientes, com excelência no atendimento e preços honestos.

Só o turismo salva.

Está pronto, é rico, é farto, é completo, mas é ruim.

A cidade é visitada, desejada, celebrada, mas criticada.

É preciso que fique claro que sem uma política de investimento público, um pacto com os empresários do setor e as entidades, e a convicção de que o turismo resolve, muda, transforma e faz avançar, continuaremos a remar contra a maré.

Todos os dias no verão, e muitos durante o ano, amigos e amigos dos amigos perguntam o óbvio sobre o não aproveitamento do potencial turístico de Ilhéus.

Continuarei a dar a minha contribuição para não mais ouvir essa pergunta.

É claro, como os atrasos dos vôos durante a copa, que o TURISMO é a indústria moldada para Ilhéus e região. 

Deus caprichou no produto. Basta saber vender.

Basta querer acreditar no que, segundo 99% dos visitantes, é óbvio.

1% não tem nem mais coragem de perguntar. É óbvio.

É óbvio?

O autor Marco Lessa é Empresário, publicitário, ex-presidente do CCC&VB e atual presidente da ATIL.